Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

domingo, dezembro 31, 2006

Frases soltas a fechar o ano

"Eu até posso concordar com o aumento das propinas, mas tanto?... Como é que é possível de um ano para outro pagar-se o dobro de propinas. Chegámos a pagar cerca de 60 contos e passámos, de repente, para 120.
Acho injusto que todos os alunos paguem as mesmas propinas. Deveria ser diferente. Os cursos que beneficiassem de mais material deveriam pagar mais do que os outros. Um exemplo na nossa universidade é o excessivo gasto com os alunos de medicina. Material e mais material, e pagam as mesmas propinas que os restantes alunos. Alunos estes que por vezes não têm sequer o material necessário."

Patrícia Campos

/...

"[...]
Para acabar, e para não "bater mais no ceguinho", tvz este sistema ainda não tenha mudado, pela seguinte ideia irónica: como somos os maiores consumidores mundiais de bacalhau, gostamos mesmo que as coisas fiquem é em "águas de bacalhau". Só vejo essa razão."


Helder Silva

/...

(extractos de mensagens disponíveis na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Vamos fazer por merecer um Ano Novo melhor!

Sinal da época que atravessamos, até a um-net reconfigurou a sua receptividade à difusão de informação menos grada à "nomenclatura". Disso é expressão a mensagem que se lê abaixo, entretanto recebida nas caixas de correio electrónico. Ainda há quem diga que a época perdeu significado simbólico!

"A actual situação na universidade do minho

Reunião sindical promovida por: SPN (FENPROF) e SNESup
Data: 3 de Janeiro (4ª feira)
Hora: 10h 30m
Local: Auditório I - Complexo Pedagógico II do Campus de Gualtar.

Caros Colegas
Esta reunião surge na sequência das declarações do Senhor Reitor da Universidade do Minho, anunciando em Assembleia de Universidade a intenção de até Setembro de 2007 colocar fora da instituição 100 docentes e cerca de 60 funcionários e de proceder a uma redução de 20% nos encargos com pessoal.
Vamos divulgá-la e, com a nossa participação, merecer um Ano Novo melhor.
As nossas melhores saudações
28/12/2006

Pelo Departamento de Ensino Superior
do Sindicato dos Professores do Norte

Mário Carvalho
"

O título que foi escolhido para anunciar a iniciativa é que me parece pouco rigoroso ou, por outra, excessivamente ambicioso. É que, para tratar "a actual situação na universidade do minho", precisariamos de muito mais tempo que a convocatória que se reproduz supõe, e a maior parte do que está em causa não releva da componente sindical. Mas já é alguma coisa que se pegue numa das pontas do novelo. Saudo, por isso, a bondade da iniciativa, apesar de tudo.
Fico, não obstante, com a curiosidade de confirmar se o ano 2007 permanecerá na história da Instituição como mais um marcado "por uma apagada e vil tristeza", que nos envergonha a todos, os que com ela vamos contemporizando.
Subscrevo, por isso, o que se escreve acima na convocatória quando se diz: vamos (fazer por) "merecer um Ano Novo melhor"!

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, dezembro 28, 2006

“Human Capital Dispersion and Incentives to Innovate”

“Do policies that alter the allocation of human capital across individuals affect the innovation capacity of an economy? To answer this question I extend Romer`s growth model to allow for individual heterogeneity. I find that the value of an invention rises with equality. If skills and talents are evenly distributed, inventions are more widely adopted in production and users are willing to bid a higher price. Therefore more inequality is associated with a larger share of the population employed in the business of invention. But, somehow surprisingly, the analysis suggests that although an equal society values inventions more than an unequal one, it may produce fewer of them, or, equivalently, generates inventions of a lower quality. A calibration of the model suggests a weak, but positive, relationship between the rate of innovation and inequality. Finally, in a two-country world, in which ideas, individuals, and capital circulate without restrictions, I find that the unequal economy tends to specialize into the business of innovation. The main implication of the analysis is that an observed difference in the innovation rate between two countries with similar levels of education can hardly be attributed to variations in domestic human capital policies.”

Maurizio Iacopetta
Keywords: human capital, inequality, innovation
Date: 2006-06
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:deg:conpap:c011_013&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Ensino Superior: em hora de balanço do ano 2006

« Universidades preparam-se para a Europa com cortes orçamentais
Além do anúncio dos cortes orçamentais para as universidades previstos para 2007, a adaptação de quase metade das licenciaturas às regras europeias definidas no Processo de Bolonha e a assinatura de um acordo de parceira entre o Governo português e o MIT marcaram o ensino superior neste ano.
Em Março, muitas universidades públicas apresentaram propostas para adaptar os cursos ao Processo de Bolonha, um compromisso assumido em 1999 pelos países europeus que visa harmonizar os graus e diplomas atribuídos, de modo a criar um "espaço europeu do ensino superior" que facilite a mobilidade e a e mpregabilidade dos estudantes.
O ano lectivo 2006/2007 arrancou com 42% das licenciaturas no ensino superior público adaptadas às regras de Bolonha, um modelo que acabou com os bacharelatos e passou a estar assente em apenas três ciclos licenciatura (com duração de três anos), mestrado (dois anos) e doutoramento (com um mínimo de três anos).
Já este mês, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, de acordo com a Lusa, afirmou que o número de licenciaturas do ensino superior público e privado adaptadas ao Processo de Bolonha vai aproximar-se dos 90% no próximo ano lectivo, adiantando-se ao prazo de conclusão do processo nos 45 países aderentes, que termina apenas em 2010.

Cortes polémicos
Polémico foi o corte no Orçamento de Estado para o ensino superi or, que prevê menos 4,8% relativamente à estimativa de execução para 2006. Feitas as contas, os sindicatos denunciaram que quatro em cada dez universidades e politécnicos terão no próximo ano falta de dinheiro para pagar os salários dos docentes, o que poderá levar ao despedimento de pessoal docente. Os reitores manifestaram descontentamento face aos cortes orçamentais. Os politécnicos mostraram-se preocupados com os cortes no orçamento para o sector e os estudantes indignaram-se, acusando o Ministério de "enterrar" o ensino superior.
A assinatura de acordos internacionais com institutos norte-americanos foi também marcante para o ensino superior, sobretudo no que respeita à parceria estabelecida com o Instituto de Tecnologias de Massachusetts (MIT). Ainda no mesmo mês, foi assinado um acordo entre o Estado e a universidade norte-americana Carnegie Mellon, tendo em vista a colaboração com universidades e laboratórios nacionais, estando previsto para breve o arranque da terceira parceria, com a Universidade de Austin (Texas).
[...]»

(extrato de "notícia" do Jornal de Notícias de hoje, 2006/12/27, com o título que se indica à cabeça do artigo)

terça-feira, dezembro 26, 2006

Bolonha! E agora? - VI

"No inicio, quando o tema bolonha me chegou aos ouvidos achei que seria uma coisa péssima, que não iriamos estar preparados para "receber" tal processo, que as novas licenciaturas não nos deixariam aptos para entrar no mercado de trabalho e consequentemente seria muito mais dificil arranjar emprego na nossa area. Contudo, depois de fazer parte, durante um semestre deste processo, a minha opinião alterou-se significativamente. Penso que a que a licenciatura de economia (e falo apenas desta porque não tenho muito conhecimento das outras), não ficou pior. Exige é muito mais empenho por parte dos alunos e acho que isso é o que nos assusta.
Em relação ao mestrado, julgo que este não é fundamental mas...essencial se queremos estar melhor preparados. Já tinha esta opinião antes de o processo ser implementado, tanto mais agora que o curso perdeu algumas cadeiras, que podiam até não ser fundamentais mas se estavam lá por algum motivo era."


Diana Machado

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

segunda-feira, dezembro 25, 2006

“E-Governance of Universities: A Proposal of Benchmarking Methodology”

”This paper aims to provide a benchmarking proposal related to the area of e-governance of universities. An e-governance tool is proposed in order to disseminate both the mission and the institutional culture of each University into a formal scheme of benchmarking tools. A brief review of the literature related to e-governance models is made in order to justify the importance of e-business practices in universities. Some studies developed in the field of benchmarking in the universities were also selected, using different methodologies. Through the analysis of the most relevant studies, a set of indicators was built in order to evaluate the benchmark related to e-governance. In what concerns the electronic governance of universities the benchmark comes from the development of a manual of benchmarking that comprises new evaluation and control areas of the performance of universities, in terms of their contribution for the development of the regions where they are located. The creation of a manual of benchmarking applied to universities, is proposed. In order to validate, or even to improve the manual, it`s necessary to test it not only in universities, but also in other related stakeholders that take part of the institutional networks of universities. Once implemented, the proposed benchmark provides a better way to evaluate the current practices and to identify the best practices. It could also improve the performance of universities in what concerns the e-governance systems.”

Raposo, Mário
Leitão, João

Paço, Arminda
Keywords: Benchmarking; E-Governance; University. Date: 2006-10-16 URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:pra:mprapa:484&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

"Bolonha ! E agora ?" - V

"Penso que este processo é muito importante para relançar e modificar a forma como é organizado o ensino superior. No entanto apesar de toda a abordagem e análise que foi feita a este processo penso que foi implementado de uma forma muito rápida sem ter uma verdadeira consciência do que se tratava. Para tal basta ver as muitas dúvidas que surgem nas cabeças dos estudantes na hora de fazerem contas ao número de cadeiras, à dependência entre as cadeiras, entre outro aspectos sobre os quais muitas vezes os responsáveis de cursos não conseguem dar respostas na hora porque nem eles próprios sabem como está a funcionar.
Penso que antes de se implementar um processo tão revolucionário para o ensino superior era necessário explicar e dar a entender muito bem a quem já frequenta os cursos e a quem pode vir a frequentá-los. Além disto e apesar de ser benéfico para os estudantes o facto de poderem acabar uma licenciatura em menos tempo penso que tem os seus aspectos negativos porque muitas vezes os alunos acabam os cursos muito novos e não têm a credibilidade que tinham os alunos que acabavam os cursos em quatro ou cinco anos."


Rui Freitas

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

sábado, dezembro 23, 2006

Um sistema de governo das instituições que está esgotado

"Mas esta evolução não nos deve fazer esquecer a necessidade de atacar os problemas e superar as insuficiências que hoje se verificam no sistema. E sabemos bem quais são: altas taxas de insucesso escolar; baixos níveis de eficiência; desajustamento entre a oferta de cursos e as necessidades efectivas do mercado de trabalho; um sistema de governo das instituições que está nitidamente esgotado e que, em muitos casos, não tem gerado nem a abertura, nem a liderança, nem a gestão adequadas. E, finalmente, precisamos de escolas capazes de atrair mais estudantes, com relevância internacional e com maior relação com a economia e com a sociedade."
José Sócrates
(extracto de "Intervenção do Primeiro-Ministro no debate mensal na Assembleia da República sobre Ensino Superior", em 21 de Dezembro pp.; texto disponível na integra em Higher Education - Univercity, isto é, no blogue com esse nome)
Comentário: o sublinhado feito é meu; do que diz o 1º ministro, tem que concluir-se que não é só o Minho que está mal servido em matéria de estruturas de governo das suas instituições de ensino superior e respectivos intérpretes; não me (nos) serve(deverá servir) de conforto, no entanto; fica-me, todavia, a dúvida se o 1º ministro se propõe atacar tão candentes problemas com um ministro da tutela que, para além de ser Gago, tem revelado tanta falta de jeito para assegurar a gestão política do ensino superior nacional.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A Euforia do Natal

"O Natal é uma época fantástica.
Muitas pessoas criticam o Natal porque os indivíduos gastam o que não têm. Porém, a satisfação de cada agente não varia apenas com o seu rendimento. Existem outras variaveis.
A verdade é que no Natal grande parte de nós está mais feliz e isso é que é importante.
Bom Natal"


Tiago Neves

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

Comentário: senti-me tentado a publicitar aqui a mensagem de natal que o reitor da UMinho nos (comunidade académica da UMinho) endereçou entretanto, via um-net. Desisti porque não podia deixar de sugerir-se provocação, da grossa. Não sei se ao meu colega em causa ocorreu que a mensagem pudesse ser percebida como tal. Não sei, digo!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Serviço Público - das fundações às ânsias de protagonismo público

Futuro do IPCA poderá passar pela manutenção da autonomia
O presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) defendeu ontem, em Barcelos, que a continuação do IPCA como instituição autónoma deve ser uma alternativa a estudar. Na sessão solene do “Dia do IPCA”, João Carvalho considerou que, tendo em conta o último relatório da OCDE sobre a reorganização do ensino superior em Portugal, o IPCA poderá ser «o modelo que actualmente melhor interessa à comunidade».
João Carvalho adiantou contudo que esta possibilidade terá que ser discutida com a comunidade interna do IPCA, a sociedade civil e as forças políticas da região. «O IPCA tem condições para ser um politécnico de excelência», disse.
Durante o próximo mês, o instituto irá criar um conselho consultivo que se encarregará de auscultar a sociedade civil, os políticos da região, os antigos alunos, a associação de estudantes, os professores e os funcionários. «Tomaremos posteriormente uma posição definitiva, conscientes de que será o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a decidir sobre o futuro do IPCA», assegurou.
Este conselho consultivo dará depois origem de um órgão estratégico do qual farão parte representantes de escolas secundárias e profissionais e ainda as autarquias da região. Segundo explicou, este órgão será responsável, entre outras coisas, pela definição da missão e estratégia de desenvolvimento do IPCA e pela aprovação ou extinção de cursos.
Seja qual for o futuro da instituição o presidente do IPCA considera que a Universidade do Minho (UM) deve ser um parceiro privilegiado. Para o presidente, o IPCA deve assumir-se como uma instituição de ensino superior politécnica que prepara os alunos para o saber-fazer, devendo também alargar a sua formação para outras áreas importantes para a região como o ensino pós-secundário, a formação de curta duração, ao longo da vida e à distância.
A par do relatório da OCDE que defende o sistema binário (universitário e politécnico) em instituições diferentes, a posição de João Carvalho é sustentada pela recente posição do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCIP).
Este órgão, reunido segunda- feira, entende que os politécnicos devem ter um papel relevante na expansão das formações de 1.º ciclo, de pós-graduação e na investigação aplicada. Por outro lado, o CCIP considera que deve ser «desencorajada a intervenção das universidades nos domínios de formação politécnica».
João Carvalho notou ainda que a região necessita, não só de ensino universitário, mas também de ensino politécnico onde deve predominar «formação direccionada para o desempenho de uma actividade profissional».

Integração na UM parece agradar

A par da manutenção da autonomia do IPCA enquanto instituição assumidamente politécnica, no discurso de ontem, João Carvalho mencionou mais duas alternativas. A primeira, já discutida em 2002, consiste na integração do IPCA na UM. Neste caso, o presidente do IPCA entende que a instituição deveria ser reconhecida como o terceiro pólo da UM, a par de Gualtar (Braga) e Azurém (Guimarães).
Se assim for, o IPCA será transformado em pólo universitário, oferecendo cursos de cariz politécnico e universitário. Uma possibilidade que parece agradar ao presidente da instituição. «Estou certo que se for esta a decisão do Governo, a integração não é morrer. É viver de outra forma, é reorientar a missão do ensino superior em Barcelos», sustentou.
Em cima da mesa está também a participação do IPCA como unidade autónoma num consórcio ou numa fundação de capitais públicos juntamente com outras instituições de ensino superior. Esta possibilidade permitiria uma maior cooperação institucional, a criação de áreas de excelência de ensino e investigação e um melhor aproveitamento dos recursos financeiros e humanos.

IPCA quer lançar no mercado 500 licenciados por ano
[…]
Na sessão solene do “Dia do IPCA”, João Carvalho assinalou que o aumento do número de alunos torna «insustentável» a continuação nas actuais instalações. «O custo mensal de 16.700 euros poderá ser utilizado no investimento em livros, em equipamentos informáticos e em actividades associativas », disse.
[…] “

Marta Encarnação

(extractos de artigo disponível na secção “notícias” do Diário do Minho, em 2006-12-20)

Comentário: conhecendo-lhe o perfil habitualmente discreto, custa-me perceber que ânsia de protagonismo público se apoderou deste meu caro colega de Escola, a não ser que os lugares transformem as pessoas; percebo também mal de onde lhe vem o “estatuto” para se abalançar em propostas de tão “largo” e controverso alcance.
Nem tudo o que diz é descabido, nomeadamente aquilo que se refere à coordenação da oferta regional de ensino superior, embora para tanto não sejam precisas nem fundações nem relatórios da OCDE de encomenda ministerial. A isto também já me referi nesta sede, há algum tempo. O problema é que, para além das instituições e das exigências de bom uso dos recursos públicos, existem pessoas e há algumas que nunca se deviam propor para o exercício de certas funções, por manifesta falta de competência e, nalguns casos, também falta de perfil pessoal.
Obviamente, na medida em que se lhe encurta o horizonte em termos de carreira académica, alarga-se-lhe o espaço para uma (futura) carreira política.

Serviço Público - Mensagem para os colegas da UM

"Caro Colega
O SNESup soube hoje que não tinha chegado aos endereços profissionais de uma grande parte, se não de todos, os colegas da UM, a nossa mensagem de 3 ª feira quanto ao acordo alcançado para realizar em conjunto com os colegas do SPN a reunião de 3 de Janeiro e sobre a proposta de criação de uma Fundação para o Minho para gestão de recursos.
A nossa mensagem continha anexos, um dos quais o eco no DN do comunicado de 2 ª feira do SPN que encontrou dificuldades de circulação e outro uma notícia do Público sobre a Fundação. Junto este segundo anexo. Essa mensagem foi enviada do endereço institucional do SNESup e não passou. Envio a presente mensagem de minha casa e solicito, caso o entenda conveniente, a sua divulgação no seu site.
O meu nome, e a qualidade de Vice-Presidente da Direcção constam de www.snesup.pt, secção "Quem Somos ?".
Com os meus agradecimentos
Nuno Ivo Gonçalves

Vice-Presidente da Direcção do SNESup"

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"Colegas
Tendo na passada 2 ª feira o SPN reagido, tal como o SNESup, às intenções do Senhor Reitor da Universidade do Minho anunciadas em Assembleia de Universidade, e manifestado também a intenção de convocar uma reunião para o princípio do ano, aberta a não-sindicalizados, propusemos já aos nossos colegas que se realize uma única reunião.
Essa proposta foi aceite e portanto a reunião será coordenada em conjunto pelo SNESup e pelo SPN e terá lugar no dia 3 de Janeiro (4ª feira) a partir das 10 h 30 m, no Campus de Gualtar, Complexo Pedagógico II, Auditorio I.
Chamamos entretanto a atenção para a proposta de criação de uma Fundação para gerir os recursos da U. Minho, IPCA e IPVC, formulada pelo Presidente da Comissão Instaladora do IP do Cávado e do Ave, Prof. João Carvalho.
Saudações académicas e sindicais e votos de Feliz Natal. Quanto a um Próspero Ano Novo teremos, tudo indica, de lutar por ele.
A Direcção do SNESup
19-12-2006"
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(reprodução de mensagem recebida em 20-12-2006, proveniente da entidade identificada; o anexo que é referido e que, por razões técnicas, não se reproduz aqui, está disponível no sítio oficial do SNESup - http://www.snesup.pt)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

You have to put in many tiny efforts…

"You have to put in many, many, many tiny efforts that nobody sees or appreciates before you achieve anything worthwhile."
Brain Tracy

(citação extraída de SBANC Newsletter, December 12, 2006, Issue 451-2006, http://www.sbaer.uca.edu )

terça-feira, dezembro 19, 2006

Serviço Público - reitor da UMinho ameaça com vaga de despedimentos

"Caros Colegas do SPN,
Junto envio o comunicado do SPN. Este foi enviado para a UMnet mas foi recusada a sua distribuição. Assim, agradeço que ajudem na divulgação do mesmo pelos restantes colegas da UM.
Saudações cordiais
Pedro Oliveira
Departamento de Produção e Sistemas
Universidade do Minho"
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"Reitor da U.M. ameaça com vaga de despedimentos para 2007

O Reitor da Universidade do Minho anunciou, na Assembleia da Universidade de 11 de Dezembro, que até Setembro de 2007 serão colocados fora da instituição 100 docentes e cerca de 60 funcionários, alegando o decréscimo do número de alunos e as restrições orçamentais.

Infelizmente o Sr. Reitor não facultou os números em que se baseou para afirmar que existe um excesso de docentes e funcionários na ordem dos 20%, porque os dados que a própria UM envia para o Observatório da Ciência e Ensino Superior não sustentam essa tese.

Perante estas intenções cabe perguntar ao Sr. Reitor o seguinte:

· Face às restrições orçamentais, impostas pelo MCTES, possivelmente invocadas para a justificação das medidas agora propostas, já tomou o Sr. Reitor alguma posição pública perante a tutela? Caso exista, de facto não é conhecida!
· Qual acha o Senhor Reitor que deve ser a sua missão: servir de correia de transmissão das directivas do MCTES ou defender a instituição e a sua autonomia?

Entende o Sindicato dos Professores do Norte que as medidas propostas, para além de injustificáveis, são também inaceitáveis. Numa gestão democrática, medidas tão extremas nunca poderão nem deverão ser tomadas sem a sua discussão e explicação fundamentada a toda a comunidade académica.

Acresce que estas medidas são propostas para a UM, uma universidade que apenas tem preenchida metade dos seus lugares do quadro de professores (51%), estando claramente abaixo da média nacional (66%), valor por si manifestamente insuficiente.

Promover a diversidade e o combate á endogamia faz-se promovendo a abertura de concursos, com publicitação a nível nacional. Os lugares vagos não são postos a concurso com a justificação do aumento dos encargos salariais. Mas assim, como poderá a Universidade estar aberta a outras visões?

Tem sido colocado na agenda mediática para o ensino superior a necessidade de haver uma “liderança forte”. Nós, SPN, queremos dizer com toda a clareza que essa “liderança forte” não é, por certo, despedir muito ou ser muito rápido a despedir. Não parece ser esse o entendimento do Sr. Reitor da UM.

Liderar é saber construir uma estratégia de desenvolvimento, é saber responder aos desafios que se colocam a uma instituição em cada momento, é saber envolver a instituição e as pessoas que a corporizam nesse projecto que é sempre condicionado pela envolvente externa.

“Liderança forte” consiste por certo em afirmar a instituição no exterior e nunca claudicar, neste caso, claudicar a 20%.

Com este pretenso anúncio, que mais não é do que preparar a Universidade para os despedimentos que a Reitoria concebeu, a UM parece querer aparecer como vanguarda do desenvolvimento da política neoliberal que o MCTES está impondo ao Ensino Superior, nomeadamente através da redução cega do orçamento de Estado para o sector. Objectivamente, com esta proposta a UM surge como um parceiro diligente e zeloso do próprio MCTES.

Observa-se que, na reunião com a FENPROF, de 31 de Julho de 2006, o próprio Ministro manifestou surpresa perante o despedimento de mais de 20 docentes da UM que então estava em curso, referindo não ser a UM uma instituição com dificuldades financeiras que o justificassem.

O Sr. Reitor da UM parece esquecer que a UM tem um capital humano de que o país e a região necessitam e que a sua missão é saber envolver e catalisar os seus elementos em novos projectos que potenciem a afirmação da Universidade.

É necessário contrariar esta visão redutora do Ensino Superior, de modo a não ampliar a margem de manobra para a prossecução das políticas lesivas do MCTES.

O SPN apela a que todos os docentes se envolvam na discussão destas medidas nos diferentes órgãos institucionais em que têm assento.

O Sindicato dos Professores do Norte (FENPROF) está atento e compromete-se a convocar uma reunião aberta a todos os docentes da Universidade do Minho no início de Janeiro.

18 de Dezembro de 2006

Pelo Departamento de Ensino Superior
do Sindicato dos Professores do Norte


Mário Carvalho"
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(respondendo ao apelo formulado acima, reproduz-se mensagem hoje recebida, por via electrónica, com a autoria que se identifica)
Comentário: a este título, reafirmo o que já aqui expressei em mensagens datadas de 06/12/15, e intituladas, respectivamente, "Serviço Público II - Sessão de esclarecimento do SNESup na Universidade do Minho" e "Serviço Público")

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Bolonha! E agora? - IV

«Sinceramente penso que o processo de bolonha veio revitalizar o ensino superior em Portugal, de modo a que possamos de uma melhor forma compará-lo ao ensino superior nos restantes países da União Europeia (sobretudo), de modo a que possamos verficar até que ponto evoluiu o ensino superior português com todas as ajudas comunitárias que recebeu.
Mas será que este "simples" processo de reestruturação de cursos do ensino superior é suficiente? Para quando uma reestrutaração do ensino secundário adaptado ao ensino superior? Não me refiro a níveis de conteúdo (se bem que também possa passar por tal nível), mas sobretudo a nível de preparação para capacidade de autonomia do estudante que qualquer universidade exige logo desde o início, por forma a tornar o ingresso no ensino superior mais fácil aos novos estudantes?
Concordo que Bolonha seja um grande passo para o ensino superior português em termos de credibilidade internacional, mas não descuremos os outros sectores de ensino que servem de base ao ensino superior, como sendo o ensino básico e secundário, que também merecem ser estruturados.»


António Salgado

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

domingo, dezembro 17, 2006

“Can Risk Aversion Explain Schooling Attainments? Evidence From Italy”

”Using unique Italian panel data, in which individual differences in behavior toward risk are measured from answers to a lottery question, we investigate if (and to what extent) risk aversion can explain differences in schooling attainments. We formulate the schooling decision process as a reduced-form dynamic discrete choice. The model is estimated with a degree of flexibility virtually compatible with semiparametric likelihood techniques. We analyze how grade transition from one level to the next varies with preference heterogeneity (risk aversion), parental human capital, socioeconomic variables and persistent unobserved (to the econometrician) heterogeneity. We present evidence that schooling attainments decrease with risk aversion, but despite a statistically significant effect, differences in attitudes toward risk account for a modest portion of the probability of entering higher education. Differences in ability(ies) and in parental human capital are much more important. in the most general version of the model, the likelihood function is the joint probability of schooling attainments, and post-schooling wealth and risk aversion.”

Christian Belzil (GATE CNRS)
Marco Leonardi (Università di Milano)
Keywords: dynamic discrete choices, éducation, human capital, risk aversion
Date: 2006-10
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:gat:wpaper:0607&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sábado, dezembro 16, 2006

Bolonha! E agora? - III

«Penso que escolher entre continuar os estudos ou entrar no meio laboral, depende exclusivamente das ambições e sonhos de cada um. Bolonha veio, no meu ver, permitir uma igualdade de oportunidades dentro da UE, assim como igualar as qualificações entre os estudantes europeus.
À questão se o estudante está ou não preparado, não devemos responder, pois isso cabe a quem decidiu implementar Bolonha. Quanto à mentalidade dos cada vez mais jovens licenciados, esta pode ou não verificar-se, pois tudo depende da vivência de cada um, do sentido de responsabilidade, da capacidade de concentração, da ambição...!»
Carlos Gonçalves
/...
«Na minha opinião o processo de Bolonha vai ser muito positivo, mas surgem sempre milhares de questões: "como é que as empresas encaram esta mudança?"; "(...) até que ponto estarão as empresas preparadas para enquadrar estes jovens? Até que ponto existe possibilidade de formação?".
Eu própria me questiono sobre como será o meu futuro? Será que vou conseguir o emprego onde possa pôr em prático tudo o que aprendi? Mas também acho que estas são as questões de qualquer estudante quer esteja no processo de bolonha ou não.
Concordo plenamente com o conteúdo do artigo, excepto quando fala na questão da maturidade, aqui concordo com a opinião do meu colega Mouzinho, a maturidade não se vê pela idade, depende muito das vivências de cada um, da educação e até do meio onde vivem.»
Rita Morais
/...

(extractos de mensagens disponíveis na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Serviço Público II - Sessão de esclarecimento do SNESup na Universidade do Minho

"SESSÃO DE ESCLARECIMENTO
Tendo em conta o quadro de evolução que se perspectiva para o enquadramento do pessoal docente das instituições de ensino superior, e os propósitos anunciados pelo Senhor Reitor na última Assembleia da Universidade quanto à redução em 2007 do pessoal docente em 20%, designadamente por via de colocação de pessoal nos excedentários, o SNESup vai realizar no dia 3 de Janeiro (4ª feira) pelas 10 h 30 m uma sessão de esclarecimento sobre
- enquadramento institucional e laboral das instituições do ensino superior, no quadro dos vários cenários que vêm sendo apresentados, inclusive o do Relatório da OCDE;
- legislação sobre mobilidade laboral (excedentários) e sua aplicabilidade às universidades;
- direitos do pessoal em regime de contrato administrativo de provimento.
Brevemente será indicado o local da reunião.
A reunião é aberta a todos os docentes e investigadores, inscritos ou não no SNESup."


A Direcção do SNESup

(mensagem de correio electrónico recebida em 15-12-2006, proveniente da entidade explicitada)

Comentário: afinal, vai ser necessário apressar a leitura da lei nº 53/2006, a que se refere a minha anterior mensagem. Mais uma vez, a UMinho pretende ser exemplo. Infelizmente, nalguns casos, é-o pelas piores razões. Nos derradeiros anos, isso vem acontecendo com maior frequência.

Serviço Público

Mão amiga (que ainda as há na UMinho, felizmente) fez-me chegar a notícia da publicação, por estes dias (7 de Dezembro), da Lei nº 53/2006, que Estabelece o regime comum de mobilidade entre serviços dos funcionários e agentes da Administração Pública visando o seu aproveitamento racional.
É um texto interessante e revelador em matéria de filosofia da actual governação, para ler com tempo. A título de aperitivo, deixo-vos as duas seguintes passagens do Capítulo I:
- Artº 2 – 1. A presente lei aplica-se a todos os serviços da administração directa e indirecta do Estado, com excepção das entidades públicas empresariais.
- Artº 3 – 2. São instrumentos de mobilidade geral:
a) A transferência;
b) A permuta;
c) A requisição;
d) O destacamento;
e) A afectação específica;
f) A cedência especial.

Em suma, muita coisa para ler. Os que o quiserem fazer, poderão aceder ao documento integral, em pdf, no sítio do SNESuphttp://www.snesup.pt - , na entrada Tabelas/Legislação > Legislação > Função Pública.
A sua leitura tem a virtualidade adicional de nos distrair do que se diz no Relatório da OCDE sobre o Ensino Superior em Portugal (a que se refere detalhadamente e com grande acuidade João Vasconcelos Costa, em sucessivas mensagens recentes, no seu blogue - Reformar a Educação Superior).

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, dezembro 14, 2006

"Bolonha! E agora?" - II

"A implementação do Tratado de Bolonha, em um mercado de trabalho condicionado, leva a pensar numa maior dificuldade para os futuros licenciados. No entanto é necessário pensar que este tipo de ensino já funcionava em outros países da UE com relativo sucesso, sendo a sua implementação uma tentativa de aproximação do ensino português a esses países.
Para nós, torna-se fundamental uma continua formação, pois é esse o objectivo do Tratado de Bolonha, e a nossa maturação e ascensão em termos profissionais passa por aí. Na minha opinião, a aceitação das empresas portuguesas a esta realidade será favorável, pois ao apostarem em um licenciado cujo ensino em que esteve inserido se aproxima do ensino europeu, trará mais garantias de sucesso para a empresa."
João Pires
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"Não concordo quando referes a questão da maturidade pois penso que a idade é importante no BI mas é ainda mais importante a "idade" que possuimos dentro da cabeça.
Quanto a Bolonha, somos pioneiros e como tal as cobaias, para o bem e para o mal! A FEP, por ex., poderá depois aprender com os nossos erros tentando não os cometer...
Muitas vezes levanta-se a questão, se é possível aprender em 3 anos o que dantes se aprendia em 5. Eu penso que se alguém acha que não se sente preparado em 3 anos, porque não continuar e tirar uma pós-graduação e posteriormente o mestrado? Tem ainda a vantagem de o fazer numa universidade diferente daquela em que efectuou a licenciatura, caso assim o entenda!
Estamos no início, mas penso que o curso poderia continuar com os 3 anos, mas depois fazer um semestre de estagio, estágio esse que contaria para a nota... Assim penso que seria talvez a única maneira de os professores poderem ver se em 3 anos conseguiram preparar-nos para o mercado de trabalho!
Fica a sugestão....."
Carlos Barros
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(extractos de mensagens disponíveis na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

Crise! Qual crise?

Numa altura em que tanto se fala de crise (financeira e não só) nas universidades públicas, é gratificante constatar que nem todas(os) enfrentam essa angústia. Se não crêem, atentem na mensagem (isto é, nos extractos da dita) que passo a reproduzir:
"[...]
A Época Natalícia proporciona a todos um espírito de confraternização. Neste sentido e dado que o convívio entre todos aqueles que diariamente se cruzam nas suas vidas profissionais é uma mais valia, a Presidência da Escola de [...] tem o prazer de informar que terá lugar no próximo dia 20 de Dezembro, às 20:00 horas, o jantar de Natal da Escola de [...], que se realizará no Restaurante Panorâmico [...]. A Ementa segue em anexo.
Uma parte significativa deste jantar, será oferecido pela Presidência da Escola, cabendo a cada participante apenas 5 Euros.
Solicita-se a todos os que pretendam participar no referido jantar, que nos confirmem a sua presença até ao dia 18 de Dezembro e que se faça acompanhar de um presente para efectuar a respectiva troca.
Poderá efectuar a sua inscrição por Email para [...]".
Para além do mais, não acham enternecedora a mensagem? Pena é que Natal não seja todos os dias.
Retomando entretanto a temática central do momento, "a crise" ou, se quiserem, o tão falado relatório da OCDE sobre a malfadada crise, tenho que vos confessar a dificuldade que encontro em conciliar o desafogo financeiro que se deduz da mensagem de correio electrónico (datada de 06/12/13) que se reproduz acima com o racionamente de papel e outras despesas correntes vivido na Insituição, há vários meses, segundo o que me é relatado (e eu não ouso pôr em dúvida a fidedignidade das minhas fontes).
Alguma explicação razoável haverá, estou seguro!

J. Cadima Ribeiro

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Relatório da OCDE

"Colegas
Está já publicado no nosso site < http://www.snesup.pt > o anunciado relatório da OCDE.
No seminário realizado na passada 2 ª feira pelo Conselho Nacional de Educação em colaboração com o CIPES já havia sido dissecado o cenário institucional agora proposto (fundação, com privatização dos vínculos de docentes e funcionários não docentes ).
Saudações académicas e sindicais"

A Direcção do SNESup

(extracto de mensagem de correio electrónico, emitida pela entidade identificada, recebida em 13-12-2006)

Leaders are made

"Leaders are made, they are not born. They are made by hard effort, which is the price which all of us must pay to achieve any goal that is worthwhile."
Vince Lombardi

(citação extraída de SBANC Newsletter, December 5, 2006, Issue 450-2006, http://www.sbaer.uca.edu )

"Bolonha! E agora?"

"No final deste ano lectivo muitos jovens concluirão as suas licenciaturas de apenas 3 anos. Surge, então, a questão: continuar a estudar, fazendo o denominado 2º ciclo, ou entrar de imediato no mercado de trabalho?
Se a nova estrutura do curso estiver bem organizada, será de esperar que estes jovens estejam devidamente preparados para as saídas profissionais que a eles se destinam. No entanto, existirão algumas funções mais complexas tecnicamente e que, provavelmente, exigirão um grau de conhecimento mais especializado e aprofundado que só poderá ser adquirido com o 2º ciclo.
Os jovens que optem pela continuação dos estudos para o 2º ciclo fazem-no na expectativa de melhores saídas profissionais: mais qualificadas e melhor remuneradas. Contudo, existe a possibilidade, muito provável, de estas expectativas não se concretizarem e de ainda haver comparações com os jovens licenciados a trabalhar há um ou dois anos e que registam progressões...
Podemos ainda analisar esta questão através de outra perspectiva: como é que as empresas encaram esta mudança?
As empresas também se encontrarão numa posição difícil no momento de contratar, não só pelo facto de haver a dúvida da preparação profissional adquirida, mas também devido à componente maturidade, uma vez que os recém - licenciados são cada vez mais jovens. Isto porque, há um crescente número de funções atribuídas a recém – licenciados que, não tendo associada uma grande qualificação técnica, exigem cada vez maior responsabilidade. Assim, até que ponto estarão as empresas preparadas para enquadrar estes jovens? Até que ponto existe possibilidade de formação?
No final de tudo existirão melhores e piores opções. Mas o tempo encarregar-se-á de mostrar qual a opção mais adequada para cada caso. Somos pioneiros de uma nova era cheia de dificuldades mas que se pode revelar bastante favorável."


Andreia Patrícia da Costa Araújo
(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Ainda a propósito de entre a realidade e a ficção: diálogos virtuais a propósito do triunfo do barroco numa universidade aqui mesmo ao lado

7 - "É triste ver como a assessoria jurídica despachou o pedido de impugnação das eleições. Acho que se [...], ou alguém ligado à lista de [...] tivesse escrito o parecer, o mesmo não seria muito diferente.
Atendendo a que já há dois anos fizeram um parecer "por encomenda", estou a ver que daquele lado não vem nada de bom. Ou seja, para a próxima vamos ter que nos manifestar assim que for nomeada uma comissão eleitoral, caso à frente da mesma esteja alguém tão ligado a [...] como F[...]. Depois, há que chatear [...]"

/...

8 - "[...]. Não sou capaz de acrescentar nada ao já dito."
/...
9 - "[...]"
/...
Comentário: as reticências onde deveriam constar nomes não se destinam, no essencial, a preservar o anonimato dos protagonistas; antes, constituem uma espécie de quebra-cabeças matinal que proponho aos que adoram fazer palavras-cruzadas ou resolver enigmas, sobretudo pela manhã, sublinho. Tenho consciência que o exercício tem um grau elevado de dificuldade, mas não é em vão que este é um blogue que tem como destinatários os universitários.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Entre a realidade e a ficção: diálogos virtuais a propósito do triunfo do barroco numa universidade aqui mesmo ao lado

1 - “Recebido que foi [...] o parecer da assessoria jurídica da reitoria sobre […] reclamação oportunamente feita da existência de irregularidades nas eleições realizadas […], por dever de informação e obrigação de transparência, divulgo-vos […] o doc. recebido.
Não me deterei com comentários. Deixo apenas as notas seguintes:
i) o doc. constituí, a meu ver, uma quase obra-prima do barroco; o quase resulta de uma lamentável mancha na parte final da peça quando, à falta de argumentos de forma, se resvala para a conclusão de irrelevância da não contagem de alguns votos (como se se pudesse desconconsiderar um único voto que fosse);
ii) a natureza de quase obra-prima do barroco materializa-se na elegância da forma e no modo quase perfeito como se foge a analisar as questões de facto (implicitamente confirmando as múltiplas irregularidades, sucessivas, que foram denunciadas);
iii) se a assessora for um produto da nossa escola de direito, temos que dar-lhes os parabéns pelo produto que estão a veicular para o mercado; não esperava que atingissem tal patamar de perfeição tão cedo;
iv) sobre o reitor, notarão que cumpriu o seu papel de, sobre a matéria de facto, "dizer nada", como se a ética e a transparência não lhe dissessem respeito; não me surpreendeu!“
/...
2 - “Agradeço-lhe ter distribuído o "parecer" da assessoria jurídica. Como dizem os espanhóis, "es precioso"....
[…] viu nele o triunfo do barroco. Eu vejo nele um caso exemplar de manifestação da cultura da U[...]. Os seus principais valores estão lá todos... Senão, vejamos:
1. Admite que possa ter razão, mas devia ter falado antes...
*Primeiro princípio: a forma prevalece sempre sobre a substância !*
2. Se espera preocupações de justiça distributiva ou procedimental, pode esperar sentado... Quando estiver cansado de esperar, recorra aos tribunais... É sintomático o incentivo que lhe dão para ir a tribunal... (não se acanhe!). É a admissão da completa incapacidade da instituição em dirimir conflitos internos.
*Segundo princípio: quem quer justiça, vá à Justiça! *
(Porque haveria de a procurar numa universidade quando existem instituições próprias dedicadas a essas matérias...???)
3. Em caso de dúvida, dá-se sempre razão a quem já está "por cima"... Assim como assim, não se agita o "sistema", não se altera a correlação de forças, e sempre se promove o "respeitinho"...
*Terceiro princípio: promover a obediência em vez da competência!*
(Se fizer muita questão em valorizar a competência, terá que a procurar numa Universidade, mas daquelas com U grande...)
Em suma, material de primeira para um próximo paper!”
/...
3 – “Tem inteira razão no que diz. Eu não podia ir tão longe, acho. […].
Enquanto assim for, continuará a faltar-me estímulo para gastar mais energias do que as já gasto com a instituição. Em todo o caso, sempre lhe digo que o tempo de prova a quem está no poder […] já foi dado […].”
/...
4 – “Por diversas razões, só agora li o teu email bem assim como o parecer da Assessoria Jurídica. Este último é uma verdadeira desgraça! Está impugnado de ridículos vários. […]
E não haverá nada a fazer contra esta miséria? “
/...
5 - “É sempre possível fazer algo mais […].”
/...
6 – “[…]”
/...

(extractos de diálogos virtuais, entre a ficção e a realidade, a pretexto do triunfo do barroco numa universidade aqui mesmo ao lado)

domingo, dezembro 10, 2006

Somos mais eficientes que a Universidade da Califórnia

"Um pormenor interessante é que destes dados podemos verificar que há 124.000 funcionários (docentes e não docentes) para 209.000 alunos na UC e apenas 23.261 (embora em 2003, mas o número não deve ser muito diferente em 2006) para 173.897 alunos na UP.
Os rácios são, respectivamente, 1,7 alunos/funcionário na UC e 7,5 alunos por funcionário na UP.
Afinal, somos aparentemente mais eficientes do que a Universidade da Califórnia !"

J. P. Cravino

(extracto de mensagem, intitulada "Fecho e fusões de universidades", disponível no blogue do seu autor - J. P. Cravino`s Blog - em 06/12/09)

sábado, dezembro 09, 2006

“Can Risk Aversion Explain Schooling Attainments? Evidence From Italy”

”Using unique Italian panel data, in which individual differences in behavior toward risk are measured from answers to a lottery question, we investigate if (and to what extent) risk aversion can explain differences in schooling attainments. We formulate the schooling decision process as a reduced-form dynamic discrete choice. The model is estimated with a degree of flexibility virtually compatible with semiparametric likelihood techniques. We analyze how grade transition from one level to the next varies with preference heterogeneity (risk aversion), parental human capital, socioeconomic variables and persistent unobserved (to the econometrician) heterogeneity. We present evidence that schooling attainments decrease with risk aversion, but despite a statistically significant effect, differences in attitudes toward risk account for a modest portion of the probability of entering higher education. Differences in ability(ies) and in parental human capital are much more important. in the most general version of the model, the likelihood function is the joint probability of schooling attainments, and post-schooling wealth and risk aversion.”

Christian Belzil (GATE CNRS)
Marco Leonardi (Università di Milano)
Keywords: dynamic discrete choices, éducation, human capital, risk aversion
Date: 2006-10
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:gat:wpaper:0607&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

"Estamos prontos para a revolução de Bolonha?"

«Pode dizer-se que é curta a experiência de montar e liderar um grupo de trabalho virado para a construção de análises e explicações, e não é grande a prática de ensino com total disponibilização de tempo do professor, a todo o momento, para se encontrar com o grupo e discutir ensinando, mas também, conjuntamente descobrindo. E é isso que se impõe com o processo de Bolonha.
Isto leva-me a pensar, que a adopção do Processo de Bolonha, com todos os méritos que arrasta, sem dúvida, e acreditando na motivação geralmente apresentada para a sua generalização na União Europeia, a maior facilidade de intercomunicação e de transferência de competências entre estados membros, talvez careça de uma preparação intelectual de uma boa parte das elites universitárias e, sem dúvida alguma, uma aprendizagem dos docentes "viciados" no sistema clássico.
São muitas as questões que se levantam neste tipo de preocupação e que o nosso sistema de ensino deixa a descoberto. Uma delas diz respeito à consagração do modelo de aulas tuteladas, onde a forma pedagógica de actuar é bastante diferente da forma clássica da aula teórica, mas também da aula prática. O professor integra-se num grupo de trabalho e com ele, liderando-o e coordenando as suas tarefas e a sua interacção, vai acompanhando o grupo, até à produção de um produto final. E tudo isso está interligado com uma nova forma de classificar o aluno, sendo a classificação permanente e baseada, muito mais do que até agora, no contacto com o aluno, observando a sua performance e a sua atitude perante a questão de descobrir respostas e soluções para os problemas que lhe vão surgindo. O papel e a responsabilidade do professor aumentam significativamente neste contexto.
Talvez mais impressionante, é a alteração exigida na mentalidade e na percepção dos alunos quanto às matérias que lhes cabe estudar. A clássica observação "o professor não deu esta matéria", observação que se exaltava não poderá ser invocada. A matéria, tal como até aqui, será objecto de um programa aprovado e publicamente conhecido. Mas não há fronteiras estritas no que toca ao âmbito de cada tema que tal programa enuncie. Poderá mesmo imaginar-se que, em muitos casos haverá uma negociação tácita sobre os limites de âmbito de cada tema. O que tal implica é que o diálogo entre professor e aluno será muito superior ao actual. O professor lança temas como desafio aos alunos, em pequenos grupos e, com eles, investigando bibliograficamente, via Internet ou em fontes de todo o tipo, procura chegar a conclusões e portanto a autênticas "pequenas teses" sobre os temas objecto do desafio.
Daqui resultam as indeclináveis perguntas. Será que os nossos professores estão preparados para este tipo ou esta nova forma de ensinar? Será que temos tudo preparado para um programa de treino e aprendizagem dos próprios professores universitários mais clássicos, para este tipo de actuação?
Esta é apenas a ponta de um icebergue que terá por baixo de si questões ainda mais preocupantes, como sejam: o que significa uma licenciatura de três anos e que relação têm com os antigos bacharelatos? Que ligação têm os mestrados previstos com as licenciaturas enunciadas? Como vai o mercado reagir no que toca à procura de licenciados e de mestres? Será que o doutoramento é, não apenas um grau e uma fase da carreira docente, mas também, visto pelo mercado, uma graduação suplementar e desejável ou mesmo pagável de um licenciado ou mestre que se pretende mais competente e portanto distinguido pela procura do mercado como tal?»

Bernadette Cunha

(mensagem datada de 06/12/07, disponível no blogue de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa , da EEG/UMinho; http://economiaportuguesa.blogspot.com)

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Na qualificação dos recursos humanos reside um dos maiores défices

"Concordo com o que é dito neste artigo. É sabido e conhecido que na qualificação dos recursos humanos Portugueses reside um dos maiores défices que justificam os nossos problemas de competitividade.
Em Portugal, são poucos os activos que têm qualificações acima do nono ano de escolaridade (2,6 milhões, em 5 milhões abaixo desse nivel), poucos jovens saem do ensino com o décimo segundo ano (485 mil, com menos de 25 anos, trabalham sem o ensino secundário). O abandono escolar é elevado (45% contra os 20% de média da UE). Este factor torna-se crucial para o crescimento económico de um país, em que segundo dados da OCDE, cada ano de escolaridade a mais, em média, significa um acrescimo entre 0,3% e 0,5 % de crescimento económico.
A educação é sem duvida um factor extremamente importante para dar a volta a uma situação de saída de empresas do país para os países de leste, em que a aposta na educação é um facto consumado[...].
Uma aproximação educacional em relação a outros países da UE feita pelo Tratado de Bolonha, independentemente das criticas à implementação deste programa, na minha opinião, só pode melhorar a situação do país em termos de crescimento económico, e contribuir para uma melhor qualificação dos recursos humanos do país."


João Pires

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

“The Portuguese Study Plan's Flexibility as an Implication of the Bologna Process in Economics Undergraduate Degrees: a comparison with Europe”

”In this article we perform a comparative analysis of the study plans of Economics undergraduate degrees between Portugal and the best European institutions, for the school year 2004-2005. The analysis indicates a lower flexibility of Portuguese undergraduate courses, with a greater proportion of required disciplines and less electives offered. The study provides significant evidence on the essential courses to include in the study plans of future undergraduate Economics degrees in Portugal, with a reduced length of three years and about their required or optional nature."

Monteiro, Henrique
Ferreira Lopes, Alexandra
Keywords: Economics Education; Bologna Process; Study Plans' Flexibility; Portugal; Europe
Date: 2005-12
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:pra:mprapa:770&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

quarta-feira, dezembro 06, 2006

O corte no financiamento às universidades é uma política errada

"Na proposta de Orçamento de Estado para 2007, está presente um asfixiamento financeiro das instituições de ensino superior.
Os cortes orçamentais, num momento em que o número de alunos voltou a aumentar, constitui uma diminuição drástica no financiamento. Esta política terá consequências no que toca à qualidade dos cursos, comprometendo o futuro da qualificação da sociedade portuguesa.
É importante ter em conta que 80% da investigação em Portugal desenrola-se nas universidades e não em centros de investigação isolados. O financiamento da investigação, no que se refere a recursos humanos (docentes investigadores), faz-se também através do orçamento de funcionamento das instituições.
Na minha opinião o corte no financiamento às universidades é uma politica errada, contrária à politica de inovação e desenvolvimento tecnológico, que põe em causa muitas coisas."
Janette Santos
/...
"Este tema é um pouco controverso, pois se precisamos de diminuir a despesa pública também é certo que devemos apostar na educação e investigação nacional. Penso que ao diminuir a despesa pública através de cortes orçamentais no Ensino Superior Público o governo português não estará a praticar uma boa politica, indo contra os seus próprios ideais de um país pleno em inovação e progresso tecnológico, pois como já foi referido é nas universidades que mais se realiza investigação e se produz conhecimento. Mas se conseguirmos dirigir as verbas de uma forma mais racional (exemplo: eliminação de alguns cursos ineficientes), talvez consigamos atingir os nossos objectivos e assim desagravar a nossa despesa pública, sendo tal um desafio para todos nós."
Rui Costa
/...
"Julgo ser importante abordares este tema.
Não sei se deveria haver mais fundos, ou se os que são disponibilizados deveriam ser mais bem aplicados. Já assisti a enormes desperdícios nesta universidade em actividades extra curriculares que eram desnecessárias, mas que não posso escrever (não relacionados com alguma licenciatura).
Quanto ao ensino mais técnico não creio que isso deva ser abordado dessa forma. Para quem anseia por um ensino mais técnico pode sempre optar por ser inscrever num politécnico."
Tiago Neves

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(extractos de mensagens disponíveis na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

terça-feira, dezembro 05, 2006

Fusões e aquisições no ensino superior português: e nós a vê-las passar

Revista de imprensa
Mariano Gago admite fechar universidade em Lisboa"

(entrada disponível no blogue de MJMatos - Que Universidade? -, chamando a atenção para notícia publicada no Diário Económico, em 06/12/05)

Comentário: porque é que a matéria que é alvo de atenção em Lisboa, há já algum tempo, e alimenta a notícia do Diário Económico não inspirou, até esta data, qualquer reflexão ou iniciativa no Minho? Será porque as instituições aqui sedeadas estão todas plenamente consolidades? Será porque é completa a racionalidade regional da oferta de ensino superior, aos seus diversos níveis? Será porque vivemos noutro "país"? Será porque estamos à espera que o "Sr. Ministro" nos venha dizer o que nos convém? Ou será, apenas, porque os dirigentes que temos são mais autistas que os de Lisboa?

O Copianço na Universidade

"A avaliação escolar constitui tecnologia de controlo da qualidade dos processos formativos. Porém, a sua validade é frágil e o uso dos certificados que permite está diminuído. Os alunos desenvolveram generalizada predisposição para a fraude escolar e abraçaram diversas práticas fraudulentas,apoiadas em pactos de silêncio atentamente vigiados. Os professores enfraqueceram as práticas de controlo e sanção, afectadas por tensões normativas e incertezas pragmáticas.
A fraude escolar favorecida por inquestionada e injustificada tolerância social e organizacional, encontra no copianço a sua mais intensa expressão. Ao atacar o sistema educativo nos seus nucleares processos de realização, prejudica a missão das organizações escolares e penaliza a sociedade que delas legitimamente espera mais eficaz e eficiente desempenho.
Este estudo permite visitar a metrologia escolar, analisar discursos e descobrir práticas, vislumbrar tensões e contradições, articular regras e recursos,compreender por que, afinal, a fraude escolar atingiu tão grande e indesejada expressão."
Ivo Domingues
(extracto de livro intitulado "O Copianço na Universidade - O Grau Zero na Qualidade", publicitado em mensagem electrónica emitida a propósito do seu lançamento na Livraria Almedina/Braga, no Campus Universitário de Gualtar da UMinho, no dia 11 de Dezembro, pelas 14.00 horas)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

A propósito de "prós e contras" mas, sobretudo, de contras

"Caro colega,
este tema foi debatido no "prós e contras" da rtp1, e mesmo aqui os intervenientes tinham as suas dúvidas e divergências quanto a estes cortes. Se por um lado o Ministro da ciência e do ensino superior, Mariano Gago, dizia que o corte era de 5%, por outro lado o Reitor da Universidade de Lisboa dizia que se atendesse aos gastos que tinha a nível de investigação, formação e gastos com professores e assalariados, os cortes não seriam de 5% mas de 15%, o que inibiria de certa forma os níveis de investigação e a formação dos académicos Portugueses, não só porque os salários não aumentariam, mas também porque os meios que teriam ao seu dispor também estagnariam. Assim sendo, com esta inibição ao ensino superior, podemos questionar-nos da qualidade do mesmo? Isto porque uma comissão de avalição convidada para avaliar o ensino superior Português colocava este numa posição não muito confortável a nível internacional."


Samuel Cardoso

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

Não estarei a prestar um bom serviço ao país se nada fizer

"Compreendendo que se torna necessário caminhar no sentido de que as instituições se auto-financiem parcialmente junto do mercado, penso que não é através da instabilidade do corpo docente que isto se consegue. A estabilidade é, pelo contrário, a primeira premissa para que os docentes se dediquem a alcançar a excelência na profisssão. [...].
Apesar dos eventuais contrato-programa que venham a ser realizados neste domínio, para recuperação do mesmo, e dos balões de oxigénio que venham a ser concedidos, venho por este meio informar a comunidade em geral e o Sr. Ministro em particular que não despedirei qualquer docente por falta de financiamento.[...].
[...]
Não estarei a prestar um bom serviço ao país e ao domínio da engenharia (que se encontra numa fase de expansão em termos de mercado) se nada fizer, limitando-me a assistir a esta situação onde os estudantes que procuram a engenharia como futura profissão escasseiam, quiçá vítimas de uma falta de planeamento estruturante do empresarial nacional."

José Carlos Quadrado
(Presidente do Conselho Directivo do ISEL)

(extractos de artigo, intitulado "Sr. Ministro, não despedirei!", publicado no Diário de Notícias, em 06/11/30)

domingo, dezembro 03, 2006

O desemprego tem elevados custos

"O desemprego apresenta-se como sendo um dos problemas mais graves da actualidade, podendo levar à exclusão social.
É de referir que em Outubro, segundo o Eurostat, 7,2% dos portugueses com idade para trabalhar não tinham emprego, o que nos leva a concluir que, comparando com 7,7% na Zona Euro e 7,9% no total da União Europeia, Portugal encontra-se numa situação um pouco mais favorável. A taxa mais baixa registada em Outubro foi na Holanda, verificando-se uma taxa de 3,9% e a situação mais grave acontece na Polónia com 14% da população activa desempregada.
Em Portugal esta realidade afecta sobretudo trabalhadores com baixa escolaridade e com uma qualificação profissional de “ banda estreita” e trabalhadores com idade elevada, o que dificulta a sua inserção no mercado de trabalho.
O desemprego tem elevados custos quer para o país, quer para os trabalhadores, quer para a Segurança Social, quer para o próprio Estado, traduzindo-se, assim, em riqueza perdida, salários não recebidos, contribuições não recebidas e impostos não recebidos."

Maria Costa

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

Temos que acreditar em nós próprios

"Temos de acreditar mais em nós próprios e criar condições para nos desenvolvermos definitivamente, procurando encontrar as melhores estratégias para chegar ao pelotão da frente. Precisamos é de mais e melhor ensino, terminar com o abandono escolar, reciclar os nossos desempregados, preparando estes para novas actividades e melhor “saber fazer”, acabar com muita da burocracia que dificulta a criação de empresas e o investimento. Se soubermos criar as condições, saberemos encontrar o caminho da modernização e teremos certamente empresas socialmente mais responsáveis e cooperantes."

Alírio Fernando Costa

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Dezembro de 2006)

sábado, dezembro 02, 2006

"L'éducation dans la révolution"

"L'éducation constitue l'un des axes fondamentaux du projet de développement socialiste cubain et l'un des moyens d'atteindre l'objectif d'égalité. Le système éducatif y a pour finalité de remettre en cause la division capitaliste du travail, et la division sociale qui en découle. Les principes qui orientent les politiques éducatives à Cuba sont l'universalisme, la gratuité et le caractère public de l'éducation. Leur application a permis d'édifier à Cuba l'un des meilleurs systèmes éducatifs du monde, en termes d'accès et de qualité. Dans quelle mesure la grave crise qui a suivi la dissolution de l'URSS a mis à mal le secteur de l'éducation à Cuba ? En Amérique latine, les services éducatifs ont été sévèrement affectés par les récentes crises capitalistes. Mais Cuba a su préserver les piliers de son système éducatif. Les transformations intervenues dans l'économie cubaine dans les années 1990 ont pourtant entraîné maintes modifications des politiques éducatives, qu'il s'agira pour nous d'expliquer."

Philippe Bayart (CES - Centre d'économie de la Sorbonne - [Université Panthéon-Sorbonne - Paris I])
Rémy Herrera (CES - Centre d'économie de la Sorbonne - [Université Panthéon-Sorbonne - Paris I])
Eric Mulot (CES - Centre d'économie de la Sorbonne - [Université Panthéon-Sorbonne - Paris I])
Keywords: Education, développement, dépenses sociales, formation, emploi, égalité.
Date: 2006-11-13
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:hal:papers:halshs-00113559_v1&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sexta-feira, dezembro 01, 2006

“Employment and growth in Europe and the US - The role of fiscal policy composition”

”We analyze the impact of the composition of fiscal policy on employment and long-run growth. Our theoretical model builds on Barro (JPE, 1990) which we extend by endogenizing the decision to work and by allowing three kinds of government expenditures and three kinds of taxes. The model explains what we basically observe in the data for European countries: relatively high employment and growth in the Nordic countries, but poor employment and low growth in the core countries of the euro area. Our model can also explain employment and growth in the US.”

T. DHONT
F. HEYLEN
Keywords: fiscal policy, taxes, transfers, government spending, employment, endogenous growth
Date: 2006-11
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:rug:rugwps:06/420&r=pbe

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

Muitas vezes acabamos por ir trabalhar para supermercados

"Esta é uma quesão muito importante, principalmente para nós que estamos no ensino superior e prestes a entrar no mundo do trabalho....Infelizmente, é um problema que ocorre frequentemente em Portugal e que no nosso ponto de vista é injusto pois andamos a estudar para um dia seguirmos a nossa profissão de eleição e muitas vezes acabamos por ir trabalhar para supermercados e outras coisas mais, que não têm nada a ver com aquilo para o qual estudamos! Mas acho que também isto acontece muito por culpa dos recém-licenciados, pois noto uma falta de mobilidade nos trabalhadores portugueses, ou seja, os trabalhadores precisam de se predisporem para, se necessário, ir trabalhar para zonas fora da sua área de residência, o que em Portugal é raro acontecer! Pode ser uma situação constrangedora para muitos mas em muitos casos é a solução para muitos problemas..."


Patrícia Peixoto

(mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

quinta-feira, novembro 30, 2006

Opportunity is…

"Opportunity is a haughty goddess who wastes no time with those who are unprepared."
George Clason

(citação extraída de SBANC Newsletter, November 28, 2006, Issue 449-2006; http://www.sbaer.uca.edu/ )

quarta-feira, novembro 29, 2006

"Universidades divulgam onde trabalham ex-alunos"

«As universidades portuguesas vão passar a disponibilizar ao público informação sobre o percurso profissional dos seus licenciados, com o objectivo de tornar mais clara aos futuros candidatos à entrada no estabelecimento de ensino quais as oportunidades de emprego e carreira que podem vir a ter com o seu diploma.

Esta é uma das medidas presentes no Simplex 2007 - a segunda edição do programa de simplificação dos procedimentos administrativos - e que foi ontem colocada para consulta pública pelo Governo. O documento foi publicado na página de Internet da Unidade de Coordenação da Modernização Administrativa (UCMA) e inclui medidas para 17 áreas na categoria da cidadania e 15 na categoria das actividades empresariais. O objectivo nesta fase é recolher sugestões, para que no início do próximo ano se apresentem as medidas de forma mais detalhada e com prazos de concretização definidos.

Esta medida, incluída na área "empregar e trabalhar", passa por "criar um sistema, comum a todos os estabelecimentos de ensino superior, de informação sobre o percurso profissional dos seus diplomados durante um período de cinco anos após a obtenção do grau". A informação será dada "de forma não personalizada" e terá como complemento "informação relevante sobre o desemprego de diplomados do ensino superior".»

(extracto de notícia do Diário de Notícias, de 2006-11-29, intitulada "Universidades divulgam onde trabalham ex-alunos")
Comentário: julgava eu que Simplex pretendia significar simples, rápido, cómodo; afinal, quer dizer, também, estabelecimento de novas burocracias e regulamentação pelo governo do que deveria ser o mercado a regular. Note-se que não se põe em causa a desejebilidade de transparência no funcionamento do Ensino Superior. Isso é outra coisa, no entanto.

“Trends in the distributions of income and human capital within metropolitan areas: 1980-2000”

”Human capital tends to have significant external effects within local markets, increasing the average income of individuals within the same metropolitan area. However, evidence on both human capital spillovers and peer effects in neighborhoods suggests that these effects may be confined to relatively small areas. Hence, the distribution of income gains from average levels of human capital should depend on how that human capital is distributed throughout a city. This paper explores this issue by documenting the extent to which college graduates are residentially segregated across more than 165000 block groups in 359 U.S. metropolitan areas over the period 1980-2000. Using three different metrics, we find that the segregation of college graduates rose between 1980 and 2000. We also find that cities which experienced larger increases in their levels of segregation also experienced larger increases in income inequality, although our results suggest that inequality and segregation likely influence each other.”

Christopher H. Wheeler
Elizabeth A. La Jeunesse
Keywords: Human capital ; Income distribution
Date: 2006
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:fip:fedlwp:2006-055&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

terça-feira, novembro 28, 2006

Não podemos ficar parados na "terrinha"

«É, sem dúvida, desmotivador e frustrante pensar que todo o esforço que ronda uma licenciatura não vai valer a pena!
Confesso que estou em Economia porque sempre o desejei, mas penso em muitos alunos que ingressam em cursos diferentes daqueles que realmente queriam, pelo simples facto de não possuírem grandes saídas profissionais. Não digo que o nosso curso as tenha. Pelo contrário, sinto grande receio do momento em que tiver que entrar no mercado de trabalho, porque tenho medo que todo este tempo tenha sido em vão.
Mas não vale a pena lamentarmo-nos. Temos que agir, que procurar…Não podemos ficar parados na “terrinha” à espera que o emprego que aspiramos chegue. Temos que ir atrás dele!»


Sónia Esteves

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

"Sr. Ministro, demita-se"

«Escrevi ontem um apontamento a dizer, afinal, "Sr. Ministro, demita-se". Julguei que era bomba, mas, comparado com o que é dito pelo reitor de uma das maiores universidades portuguesas, fica simples petardo. Creio que, para o telespectador comum, o que ficou foi "Sr. Ministro, o que fez até agora? Nada!".»

João Vasconcelos Costa

(extracto de mensagem, intitulada "Prós e Contras ", inserida pelo autor no seu blogue - Reformar a Educação Superior - em 06/11/28)

/...

«Acho que o ministro se enganou na bancada. Devia estar na da oposição. Esta ideia de usar um orçamento de Ciência para tapar buracos orçamentais relativos a despesas correntes é absolutamente brilhante. Não tinha ocorrido a mais ninguém. Cabecinha pensadora!»


MJMatos

(extracto de mensagem, intitulada "Prós e Contras 1", inserida pelo autor no seu blogue - Que Universidade ? - em 06/11/27)

/...

Comentário: alguns de nós, escudados na sua anterior passagem pelo governo, na pasta da Ciência, depositavam alguma esperança na capacidade reformadora e lucidez deste ministro, se bem que também houvesse quem não o achasse fadado para gerir os destinos do Ensino Superior (que terá aceite contrariado). Pura ilusão. Menos de dois anos passados, já só vive de malabarismos e demagogia. Exemplo bem ilustrativo disso é a "ameaça" que vem repetindo de reforçar a dotação da investigação científica. Nada mais fora da verdade. Quem tem a desdita de gerir uma unidade de investigação sedeada numa universidade confronta-se com um orçamento que não é actualizado vai para 4 anos e com atrasos sistemáticos, de muitos meses, nas transferências de verbas por parte da FCT. Perante tal gestão, até o reitor mais inábil (e há vários nas Universidades portuguesas) se sugere ser um sujeito capaz e bem intencionado.

segunda-feira, novembro 27, 2006

As propinas são cada vez mais altas

"Quando se diz que a educação é acessível a todos, será que se pode aplicar à realidade portuguesa?
Penso que não. De facto, em Portugal, deparamo-nos com um sistema educativo muito caro perante a realidade portuguesa. As propinas são cada vez mais altas, o que pode desincentivar os pais a apoiar os filhos nos estudos, mas não podemos olhar apenas para o lado das propinas. Muitos são os estudantes que devem viver fora do agregado familiar para poder frequentar uma universidade e, logo, devem ter um alojamento, o que é muito complicado sustentar para pais com baixos níveis de rendimentos. É verdade que existem bolsas de apoio para famílias mais carenciadas, mas serão estas suficientes? "

Sónia Caroline Mota

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

domingo, novembro 26, 2006

Ainda a propósito de "As teias do medo e a ausência do sujeito"

«Tive já oportunidade de, em jeito de desabafo, comentar com […] que já levo mais uns tempos de desmotivação acumulada que ele...
Tem sido muito desgastante perceber que, na escola, os mais surreais malabarismos são feitos, nos órgãos, com a concordância e a passividade de uma maioria que, a troco de favores ou de uma carreira sem problemas, pactua, cómoda e serenamente (e sem parecer ter problemas de consciência com isso), com todo o tipo de decisões injustas, arbitrárias e incoerentes....
Nos meus primeiros tempos de Conselho Científico as coisas eram bem diferentes.
[…]
Infelizmente, hoje os valores parecem ser outros....hoje ensinam-nos que ninguém deve dizer que "o rei vai nu" pois pagará caro por essa audácia...
Quando já estava a deixar de acreditar...é bom saber que há um grupo de pessoas que não se resignou ainda a "atirar a toalha ao chão"...»

(extractos de mensagem, recebida por via electrónica, de colega universitário a propósito de episódio recente passado na sua escola)

sábado, novembro 25, 2006

Mais importante que avaliar a qualidade é estimulá-la

"Para fomentar a redução da qualidade global das instituições de ensino superior já bastam os cortes orçamentais infligidos pelo MCTES às universidades e aos politécnicos. Mais importante que avaliar a qualidade é estimulá-la."

SNESup

(extracto de mensagem, intitulada " O futuro modelo de avaliação e de Acreditação do Ensino Superior, datada de 06/11/23, disponível no sítio do SNESup)

“A new social compact: how university engagement can fuel innovation”

"Richard K. Lester feels that colleges and universities, because they are immobile, can replace local institutions whose leadership has been eroded by globalization. However, university attempts to improve the regional economy must be well-planned. North Dakota clearly illustrates benefits of a strategic approach to university and college interaction with the economy. This paper examines the degree to which their Higher Education Roundtable fits into the specific model of engagement proposed by Lester. Much of the specificity of the North Dakota plan came in the implementation, which has been guided by specific accountability measures. Because such measures can not only reflect priorities but also set them, this paper evaluates the new initiatives in North Dakota with an independent set of metrics that assess university efforts to foster innovation. While the two sets of metrics are largely compatible, North Dakota University System does not evaluate qualitative goals throughout the university system. This paper argues that qualitative outputs from higher education are often under reported in assessments of economic and social benefits attributed to universities and colleges.”

Larry Isaac;
Rick Mattoon;
Laura Melle.

Date: 2006
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:fip:fedhwp:wp-06-08&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sexta-feira, novembro 24, 2006

Com isto se desperdiça o tal "potencial"

«Vinha para casa a pensar mesmo nisso. Bastam meia dúzia de reuniões para uma pessoa perder qualquer motivação ou vontade de querer intervir. Qualquer proposta/intervenção cai em saco roto, de tal forma as decisões e a condução das reuniões são arbitrárias, incoerentes, absurdas, manipuladas... E com isto se desperdiça o tal "potencial" de que tanto se fala...»
("desabafo" produzido, via electrónica, por um colega universitário a propósito de um episódio recente passado na sua escola)

quinta-feira, novembro 23, 2006

Há "fascimos sociais" que subsistem

«Há mentalidades anacrónicas e comportamentos anti-democráticos por todo o lado. Não só os défices de democracia e cidadania são preocupantes como em muitas dimensões da vida social se assiste ao recrudescer de práticas de cariz autoritário, controleirista ou caciquista. Vivemos em democracia e há liberdade formal, mas há “fascismos sociais” que subsistem na sociedade e até no seio das próprias instituições. A tradicional vocação tutelar, a doentia procura de “protecção”, a mentalidade da resignação e do conformismo devem-se, em larga medida, ao peso ancestral de uma moral católica altamente conservadora e à vivência de um largo período de estatismo autoritário (o salazarismo). A atitude submissa, quando combinada com a inveja, a ânsia de mando e de poder, dão lugar a relações promíscuas e a múltiplas dependências pessoais.
Esta realidade reflecte uma sociedade ainda amarrada a um conjunto de peias e de medos que, a meu ver, nos impede de alcançar padrões de desenvolvimento e formas democráticas de intervenção cívica nos quais há poucos anos atrás muitos de nós acreditámos (e continuamos a acreditar, apesar de tudo). Porque é que proliferam tantas atitudes bajuladoras do “chefe”, do “tutor”, do “orientador”, do “patrão”, etc? Porque na maioria dos contextos organizacionais se isso não acontecer o mais provável é que nos caiam em cima as mais diversas formas de retaliação, das mais perversas e subtis às mais arrogantes. Enquanto a cultura do mérito permanece incipiente, a cultura da mediocridade torna-se mais forte. Há uma pressão para os “alinhamentos” incondicionais com este ou com aquele, e se as expectativas de quem está na posição de poder não se confirmam é comum que a reacção autoritária se faça sentir sobre “elo mais fraco”.»


Elísio Estanque

(extracto de mensagem, intitulada "As teias do medo e a ausência do sujeito", inserida pelo autor no seu blogue - BoaSociedade - em 06/11/22)

Comentário: porque será que as palavras que se reproduzem acima me parecem um retrato a cores autênticas da minha Escola e da minha Universidade? Será que é porque sim, pura e simplesmente?

quarta-feira, novembro 22, 2006

"O relatório da ENQA "

"Toda essa documentação só me custa a assinatura da net, o tempo de "download" e a impressão, porque só gosto de ler em papel, anotando. Em contrapartida, Sr. Ministro, quanto pagou à ENQA? E quanto vai pagar à OCDE por outras que tais banalidades? Sobre isto, até vou fazer uma brincadeira, se tiver tempo: escrever a minha versão antecipada das recomendações da OCDE. Ponho-a na banca das apostas, duvido é que alguém aposte contra mim. "

João Vasconcelos Costa

(extracto de mensagem, intitulada "O relatório da ENQA", inserida pelo autor no seu blogue - Reformar a Educação Superior - em 06/11/22)

Um corte orçamental é um corte orçamental

«Claro que um corte orçamental é sempre um corte orçamental e, como corte, vem “perfurar” e afundar a situação em que se encontra o nosso sistema de ensino superior, que já por si é precário! Vejamos, um dos principais objectivos do Governo e das universidades quando adoptaram Bolonha, foi reduzir os custos, principalmente com os recursos humanos. Pensando eu que com isso pretendiam reduzir os custos que nós estudantes do ensino superior suportamos, como as propinas! Mas não! Estas aumentaram no último ano.
Não se percebe este tipo de atitudes; é bem visível o preocupante número de alunos que desistem de estudar por problemas financeiros. Não é a mão-de-obra qualificada a melhor riqueza de um país?
Eu penso que o esforço e a dedicação por parte dos nossos governantes à educação está muito aquém daquilo que se podiam realmente fazer no nosso país!»


João Araújo

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

O "part-time" começa a ser a solução

"Como grande parte de nós o sente na pele, o ensino superior é muito dispendioso, não estando desse modo ao alcance de todas as famílias.
Hoje em dia, como constato com colegas, o part-time começa a ser a solução para não se abandonar o "barco" da universidade. Como consequência disso, o aluno que trabalha durante o tempo de aulas demora normalmente mais anos a terminar o curso do que um estudante que não o faça. Ora, isto é um "preço" demasiado alto pago por um aluno trabalhador-estudante, uma vez que, a acrescentar às horas que têm que trabalhar para acarretar as despesas de estudo, ainda terão que andar mais anos com esse tipo de despesas do que um aluno não trabalhador estudante.
Provavelmente, se o tal sistema de atribuição de bolsas já falado em cima fosse perfeitamente justo, esse tipo de aluno carenciado veria as suas despesas "diminuirem" com a ajuda da acção social, o que já não o obrigava a dedicar-se tanto aos part-times e, ajudaria inclusivamente a diminuir a média de anos na universidade dos alunos portugueses. Contudo, e deixando aqui um caso para pensarmos, a justiça no ensino dificilmente será alcançada, quando, nestas questões de atribuição de bolsas se constata que até os alunos de universidades privadas têm bolsas, e altíssimas!!! Falo de alunos que, por não terem nota suficiente, entram em universidades privadas, pagam cerca de 300 euros mensais por lá andarem e recebem quantia idêntica de bolsa de estudo!
Concluindo, muitas vezes, sem grande esforço, se consegue andar num curso de uma privada (praticamente com tudo pago), e (nao sendo raro actualmente) com melhores colocações de emprego do que os que se formam no ensino público!!!"


Helder Silva

(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

terça-feira, novembro 21, 2006

Serviço público - "Manifesto Contra a Praxe Durante o Ano Lectivo"

Exmo. Senhor Reitor,

Somos um grupo de docentes preocupados com o desempenho académico dos alunos da nossa academia e com o nosso próprio desempenho enquanto docentes e investigadores. É por considerarmos a praxe, nesta altura do ano lectivo, como um abuso de privilégio e boa-vontade, que perturba o funcionamento do ano lectivo, que nos dirigimos a V.ª Ex.ª.
Antes de elaborarmos sobre o motivo pelo qual pensamos que a praxe está a prejudicar o desempenho de todos os membros da academia, manifestamos o nosso apreço e respeito pela manutenção das tradições académicas, e reconhecemos à praxe o mérito de ajudar à integração dos alunos num ambiente em que espaço e colegas lhes são estranhos. A praxe faz parte da identidade académica, é esperada com entusiasmo pelos praxantes e sofrida com algum regozijo pelos praxados. Apesar de alguns exageros ocasionais, pensamos que a praxe é uma tradição das instituições do ensino superior em geral, e da nossa academia em particular, que deve ser acarinhada e respeitada pela comunidade académica.
E é pelo respeito à tradição e caráter de integração da praxe que, na semana de recepção ao caloiro, somos complacentes com ausências nas aulas de praxantes e praxados, e somos coniventes com atitudes ditatoriais e insultuosas à dignidade dos mais recentes membros do corpo de alunos. À luz do respeito pela tradição, tudo isso aceitamos.
Todavia, não podemos mais ser coniventes com o facto de a praxe não se circunscrever ao período de boas-vindas e se estender pelo ano académico. Assistimos todos os dias, das oito da manhã às altas horas da noite, a cortejos de alunos que, entre berros e manifestações de boa forma física (corridas, flexões, abdominais...), impedem o trabalho e concentração de quem se encontra no campus. Poderá verificar que têm sido vários os pedidos aos seguranças para que afastem a praxe dos edifícios das escolas e complexos pedagógicos. Naturalmente isto transfere o ónus da perturbação para outros colegas que se encontrem na zona do campus para a qual a praxe é movida.
Consideramos que a praxe a meio do ano lectivo é um abuso particularmente contraproducente à luz do Acordo de Bolonha. Num cenário em que o método de avaliação foi revisto para melhorar as competências dos alunos, tornam-se mutuamente exclusivos a intromissão das actividades de praxe no tempo disponível dos alunos (i.e., fora de aulas) e o bom desempenho académico: não é possível a caloiros e praxantes acompanharem a matéria das aulas, realizar trabalhos de casa e testes e, simultaneamente, terem a sua atenção constantemente dispersa em actividades de praxe. O esforço que lhes é exigido não é compatível com o serem praxados constantemente, por vezes por períodos de 24 horas ininterruptas.
Em simultâneo, as actividades de praxe que se realizam no campus são um atentado à concentração dos que tentam trabalhar, desde o fazer pesquisa à própria actividade lectiva. É virtualmente impossível aprender e ensinar quando a escassos metros o barulho é ensurdecedor.
Manifestado pois o nosso respeito pela tradição que é a praxe, e tendo reconhecido o seu carácter de integração no meio académico, vimos pedir-lhe que circunscreva temporalmente a duração da praxe ao período de boas-vindas dos novos alunos, para que não entre em conflito com o objectivo de excelência da instituição. Os alunos vêm para a universidade para aprender primeiro, vindo a praxe em segundo lugar. Não o inverso.
Pensamos que os benefícios da praxe foram há muito esgotados, e que as actividades correntes não são mais do que um atentado ao bom desempenho académico dos novos e antigos alunos, e ao nosso desempenho enquanto professores e investigadores.
Pedimos-lhe que intervenha em defesa dos interesses dos alunos, que proteja o seu direito a um ensino competente e a uma aprendizagem calma e eficiente. Por favor limite a praxe à semana de recepção ao caloiro e termine com os excessos que só prejudicam os membros da academia.

Braga, 21 de Novembro de 2006

Joana Girante
(1ª subscritora)

“The role of Entrepreneurial Universities in interfacing Competitive Advantages: The Case of Beira Interior region (Portugal)”

“This paper reveals the importance of a local entrepreneurial university in interfacing competitive advantages, by assuming the condition of most influent and dynamic engine of regional development. The strategic diagnosis provides the identification of a dominant quadrant in the TOWS matrix application to the Beira Interior region, which is dominated by Mini-Maxi strategies. For improving the competitive positioning of that region, the transition from the dominant quadrant (Mini-Maxi) to the most desirable quadrant (Maxi-Maxi) is also proposed. In this sense, the University assumes a fundamental role in the design and in the promotion of the proposed set of strategic actions, which should be implemented in two critical areas: traditional activities and tourism; and entrepreneurship and innovation. In terms of future research, the same analytical tool could be applied to other regions with a similar competitive profile, in order to obtain comparative analyses and to better calibrate the TOWS Matrix.”

Ferreira, João;
Leitão, João;
Raposo, Mário.
Keywords: Entrepreneurship; Regional Development; Strategy.
Date: 2006-10-10
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:pra:mprapa:486&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Muitos estudantes não se preocupam com o seu futuro

"A verdade é que muitos estudantes, durante a vida académica, não se preocupam realmente com o seu futuro, com o mercado de trabalho, estando à espera que no último ano possam conseguir ter um CV suficientemente bom para ingressar neste novo mundo.
É verdade que o Estado e as Universidades deveriam dar mais apoios mas, na falta deles, os estudantes deveriam procurar preparar-se ao máximo para o mercado de trabalho, por conta própria.
Quanto aos estágios curriculares, não é assim tão dramática a situação pois os jovens estudantes interessados podem fazê-los, nem que seja no período de férias. O problema é que muitos dos estudantes, como não são obrigados a fazê-los nem pensam no assunto. Muitos estudantes nem tomam conhecimento das oportunidades que têm no país para se instruirem cada vez mais aumentando a probabilidade de conseguirem emprego, como é o caso do PEJENE.
[...]
Para sintetizar, na minha opinião, o Estado, as empresas e as universidades erram mas perante isso os estudantes devem ter uma atitude activa em vez de ficar à espera que alguém lhes resolva o problema ou de alguém a quem culpar."


Liliana Silva

(extractos de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Novembro de 2006)

Contra o nosso modelo corporativo-colegial

"Muito tenho escrito sobre a governação, contra o nosso modelo corporativo-colegial e defendendo um modelo de governação estratégica, profissionalizada e com grande influência do meio extra-universitário. Como adivinham, recebo críticas ferozes. No entanto, se me colocar no papel do advogado do diabo, estranho sempre nunca receber a crítica de mais difícil resposta, a governação das duas melhores universidades europeias, Oxford e Cambridge."
João Vasconcelos Costa

(extracto de mensagem, intitulada "Oxford em polvora", inserida pelo autor no seu blogue - Reformar a Educação Superior - em 06/11/20)